Vida de universitária é uma coisa muito boa. Provas, seminários, atividades, monografia, etc, etc, etc... E o melhor eu nem citei: CONGRESSOS. Os congressos são, ou deveriam ser, eventos que estimulam os estudantes com mesas redondas onde assuntos relevantes são discutidos de forma empolgante, por pessoas que se fazem entender através da sua voz nem sempre audível, uma linguagem clara (cristalina) e que sempre tem muito a acrescentar (sempre?).
Sinto ser portadora de más notícias, mas Congressos são, na maioria das vezes (há exceções, raras, mas elas existem, infelizmente não é dessas exceções que vou falar) chatos, irritantes e demoram... Nossa Senhora, como demoram. O bom é a empolgação dos debatedores, assim como a solidariedade que eles tem para conosco na tentativa de falar de falar uma "língua universal", evitando jargões que nós não conhecemos. Isso foi uma ironia, claro.
Outra coisa surpreendente é o tempo que custa a passar. Ele se arrasta vagarosamente, sem pressa nenhuma, nem um pouco preocupado. Afinal de contas, não é ele que está sentado na cadeira a ponto de cometer suicídio enfiando a caneta bem fundo no pulso.
E por falar em cadeiras, elas são confortáveis, folgadas e fofinhas. Tão confortáveis que assim que levantamos não vemos com surpresa que a nossa bunda está com a mesma forma da cadeira.
Enfim... É com imensa alegria que vemos chegar o fim de uma mesa redonda, que é quadrada por sinal. É nesse momento em que a mediadora da mesa pergunta "Se alguém tiver alguma pergunta, pode mandar para a mesa". Segue aquele silêncio de súplica. E se eu pudesse ler mentes, tenho certeza que ouviria muito "Ninguém manda nada, pelo amor de Deus". O dia é salvo quando ninguém pergunta nada, não por falta de dúvidas e sim por falta de paciência. Mas, sempre tem aquele chato.
E por falar em chatos, encontramos muitos nos congressos. Tem o chato que senta na mesa redonda, e ignora o fato que para nós, reles mortais indefesos e angustiados, é uma verdadeira tortura ouvi-los falar. O que ele faz? Usa um tempo extra. E se ele pudesse ler mentes, tenho certeza que ouviria muitos "Ele ainda não percebeu que ninguém quer ouvi-lo mais?" Mas, infelizmente ele não lê. Tristeza nossa, felicidade dele.
Existe também o chato da cadeira da frente, que não para de conversar, e conversa achando que todo mundo tem a obrigação de saber que Fulaninha não sabe se vestir, que Sicraninha está gorda ou que Mariazinha está com a calcinha dentro da bunda, não achando suficiente, ainda fala mal de quem conversa. Aproveito para lembrar que sempre é bom ter espelho em casa.
Chega, enfim, depois de muito sofrimento, sufoco, suor, lágrimas e sangue (no caso dos suicídas) o fim do congresso. Antes do fim oficial, muitos já saíram do auditório, mas você sabe que eles não foram embora. Onde estarão? Ah, mas é claro, é hora do "Coffee Break", é nesse momento que é encerrado oficialmente a tortura. Digo, o congresso. Como disse lá no início, não são todos os congressos que são assim, só a maioria.
Enfim... Você vai em direção a mesa onde estão depositadas as guloseimas. Sabe o que eu vejo? Vá a locadora mais próxima e peça um filme de zumbi, ou melhor, não precisa sair de casa... Tem um episódio da série "The Walking Dead" (muito boa por sinal) em que um cavalo é atacado por centenas de zumbis que sobem uns em cima dos outros. Ou se você não quiser ter muito trabalho, jogue um pedaço de chocolate no chão e veja com admiração o tanto de formiga que vai aparecer. Pois é, a mesa do "Coffee Break" nesses casos é o cavalo e o chocolate, respectivamente.
Esquecendo a mesa do "Coffee Break" que a essa hora está certamente vazia, vamos ao certificado, motivo pelo qual todos vieram. Até porque para algumas pessoas a informação é o que menos importa, o que é realmente muito importante é que o certificado vai para o currículo. O certificado então cumpre seu papel e vai parar no currículo.
Chega a hora da entrevista de emprego, o 'contratante' pergunta fala para o futuro contratado "Ah, você esteve lá hein!" e o dito cujo responde "Sim, claro. Aprendi bastante!" O futuro contratado, agora oficialmente contratado, sai feliz com o novo emprego e o 'contratante' se orgulha da escolha bem feita "Uma ótima contratação, com um esse currículo... Quanta informação acumulada". Pois bem!