28 julho, 2012

Dizem que a gente aprende depois que quebra a cara, mas ultimamente eu tenho motivos para acreditar que quanto mais a gente quebra a cara, mais burro a gente fica. Eu cometo o mesmo erro tantas vezes que chego a pensar que eu gosto é da dor. Será que eu sou tão burra ao ponto de ficar dando murro em ponta de faca achando que uma hora a faca cansa? A sensação que eu tenho é que eu sou uma minhoca que não sabe ao certo em qual ponta fica a cabeça. Eu me sinto totalmente perdida dentro de mim. Acho que em algum momento, não sei se foi no momento exato em que errei, ou no instante em que não aprendi com o meu erro, ou entre um desses momentos, eu me perdi. Eu sempre ouvi conselhos que se resumiam em uma palavra: SORRIA! O problema em sorrir quando se quer chorar é: as pessoas acham que você está bem, que você é forte e que você é capaz de aguentar toda a merda que elas fazem com você. Eu me senti segura pra ser eu mesma, com todos os meus defeitos, mimos, dramas, charminho e bobagens, uma vez na vida. Só uma vez na vida eu senti que eu tive um porto seguro. Era como estar aprendendo a andar... Uma pessoa pra segurar a minha mão, pra falar no meu ouvido: "Pode ir, porque se não der certo eu tô aqui pra te segurar. Não se preocupe!" e você vai porque confia. Você está indo bem, tá conseguindo... Um passo de cada vez, ai você procura aquele rosto, aquela voz, aquele sorriso e... Não acha. Você sabe que tá indo bem, mas mesmo assim bate aquele pânico. Cadê, cadê? É pra isso que servem os portos seguros? Pra te dar coragem e ir embora quando ele acha que você está preparada? Eu achei que eles ficavam. Eu, pela primeira vez na vida, quis que ele ficasse. Todos os portos pareciam iguais, até eu encontrar esse. Parecia tão certo, tão perfeito, tão meu. Acho que no fim das contas, são os meus passos que são errados, mas... Eu não sei o que fazer para andar em linha reta. Eu nasci pra andar em linha reta? Eu sei o que é uma linha reta? Eu só achei que eu ia encontrar um porto que aceitasse os meus passos errados, minhas linhas tortas e minha maneira de confundir coisas simples. Eu sempre acreditei que um dia eu encontraria alguém que me dissesse: 'Você não precisa mudar NADINHA, e pra mim não há ninguém que me agrade mais do que você'. Esse é o problema de crescer assistindo romances de Hollywood... Você acha que tudo vai dar certo e que ele vai sentir a sua falta do mesmo jeito que você sente a dele, mas diferente dos filmes, a gente não tem com saber o que se passa na cabeça das pessoas. E o que a gente faz? Continua dando murro em ponta de faca, esperando que um dia alguém apareça pra ficar, não por sentir que deve, mas sim por não querer estar em nenhum outro lugar, com nenhum outro alguém.