Foi a tua voz que tirou a graça de todas as outras vozes, foi a tua risada que tirou a graça de todos os outros sons, foi a segurança que você me passa que tirou todo o meu medo, foi o teu carinho que me fez ter coragem de enfrentar os meus receios, foi o teu amor que me deu coisas que eu nem sabia que precisava, que eu nem sabia que poderiam existir. Foi você, é você, vai ser você sempre.

Sobre pássaros e corações...

Às vezes meu coração parece um pássaro preso dentro de uma gaiola. Tem dias que ele tenta sair do meu peito a qualquer custo, de todo jeito. Até penso em fazê-lo livre, mas lembro que alguns pássaros depois de uma vida na gaiola não conseguem viver livres. Alguns corações também não.

Já passei da fase de implorar amor e de negar perdão. Já passei da fase de tentar entender e de tentar me explicar. Já passei da fase de acreditar em tudo o que me dizem e de mentir por medo de perder. Já passei da fase de não observar quem são os meus amigos e de ligar para os comentários de quem nada me acrescenta. Já passei de fase de me doer por besteira e de ganhar as coisas fazendo birra. Já passei da fase de sofrer com o que não posso mudar. Já passei da fase de amar e não ser amado, de fazer e esperar algo em troca, de tentar e desistir na primeira dificuldade. Já passei da fase de ter medo do bicho papão que, supunha eu, morava debaixo da minha cama, mas continuo tendo medo do ser humano e das suas 'boas' intenções.

Imagina que louco seria se alguém chegasse do nada e entrasse na tua vida sem pedir permissão e ainda por cima bagunçasse tudo nela. E se essa pessoa mudasse todas as suas certezas, seus planos e sua rotina? Imagina que louco essa pessoa decorar todos os seus gostos, saber os seus medos, as suas manias, as suas caras e bocas. Agora imagina que louco você gostar de tudo isso.

Por um mundo onde as pessoas entendam que a vida também é feita de RECOMEÇOS. Errou? Recomece. Perdeu? Recomece. Que não tenhamos medo de tomar decisões necessárias, que não sejamos covardes frente os obstáculos que a vida nos impõe, que tenhamos confiança suficiente para chegar no nosso problema e dar-lhe um chute na bunda. A vida é muito curta para acordar todos os dias pensando "Como vou sobreviver?" Quando a pergunta certa seria: "O que vou fazer de bom hoje para comemorar o fato de que estou vivo?".

Sobre amor e fé.

Uma vez ouvi dizer que o amor é a única coisa próximo da magia que o ser humano pode chegar. Algumas pessoas ao ler isso poderão pensar: "Claro que não! Só a fé é o mais próximo da magia que o ser humano pode chegar". Caro leitor, o que é a fé senão parte do que é o amor? Fé é amor a Deus, amor a algo em que se acredita. Fé é parte do amor e o amor é parte da fé. Amar é ter fé no que se sente, no que se vive, no que se pode superar. O amor é, tão somente, a fé no fato de que amar é o mais próximo do paraíso que podemos chegar ainda em vida.

Hoje conheci um cara...

Tudo começa com: 'hoje conheci um cara'. Até aí tudo bem, conheço caras todos os dias, não que eles reparem em mim... Sempre fui do tipo que passa despercebida, que não faz falta, que ninguém repara se emagreceu ou engordou, era a nerd, a garota dos livros, a CDF, a 'menina que faz os trabalhos'. Nunca me importei, de verdade. Desde pequena sempre achei que os livros são melhores do que as pessoas, que as palavras fazem mais sentido, sabe? Sobre os garotos, eu nunca me importei em ser a última opção deles, até porque 99% deles não seriam nem a minha última opção. Mas voltando ao 'hoje conheci um cara'... Quando falam em amor eu o imagino como nos livros: um garoto esbarra em uma garota no corredor e BUM olho no olho, mãos se tocando pegando as folhas caídas no chão e pronto, ele é dela e ela é dele... THE END. Mas na vida real as coisas não funcionam bem assim.

Era uma quarta-feira chuvosa e eu resolvi entrar na livraria (não resisto a uma livraria), de início não reparei no garoto desajeitado parado de frente para a prateleira onde ficavam os livros de esporte, não que agora eu tenha reparado nele ou no que ele ia comprar, é só que, a seção de esporte é uma das minhas preferidas. Cabelo bagunçado, casaco vermelho, brinco nas duas orelhas, olhos atentos e sorriso nervoso. Não que eu tenha reparado no garoto é que... Tudo bem, eu reparei no garoto. Segui para a seção de literatura estrangeira. Não sei por quanto tempo fiquei ali 'perdida' entre os livros, mas perdi o garoto de vista. Saí andando pelos corredores e fui na seção de esportes. Não te contei ainda, mas me amarro em futebol (não te contei mas deu pra perceber, né?) Na verdade me amarro em várias coisas de "menininho" como diz minha tia, sempre fiz o tipo 'moleca', nunca fui do tipo 'princesinha do papai'. Por falar em futebol, me amarro no Flamengo desde pequena. Começou com a minha avó, passou para o meu pai e meu pai me deu esse presente logo quando nasci. Casa cheia, família reunida, TV ligada, pipoca, Manto rubro negro no corpo e pronto: era o paraíso pra mim. Sempre fui torcedora apaixonada e depois do gol do Pet no Maracanã lotado aos 43' do segundo tempo (2001) o Flamengo roubou meu coração de vez. Abri alguns livros que estavam na prateleira, muitos eu já tinha. Fiquei uns dez minutos folheando um livro que falava sobre a magia da Nação Rubro Negra, mas algum desastrado que estava ali por perto derrubou um livro no chão.

Nota: Acho um pecado mortal derrubar um livro no chão. 

De imediato me virei para salvar o pobrezinho das garras do desastrado que o tinha derrubado. Fitei-o no chão e li: "Corinthians - o time da Fiel". Ótimo, o desastrado era um corinthiano (claro que esse ótimo foi ironia, não gosto muito de corinthianos), mais que isso, o corinthiano desastrado era o garoto de olhos atentos e sorriso nervoso. Peguei o livro do chão.

-Obrigado. 

-Por nada. -respondi um pouco tímida.

Silêncio. Olho no olho. Segundos de tensão. Eu poderia me virar e ir embora, mas não sei, não quis.

-Devo me preocupar? -falei em tom de brincadeira apontando para o livro e para a minha bolsa logo em seguida.

-Com o que? -ele franziu a testa como quem não entendeu a piada.

-Com meus pertences. Levantei a sobrancelha como quem não acredita que vai ter que explicar a piada.

Nota de esclarecimento: No mundo do futebol cada clube tem sua (má) fama, no caso dos corinthianos, dizem as más línguas, que eles gostam de pegar que não lhes pertence, ou seja, roubar. O futebol e suas brincadeiras, como não amar?

Ele continuou com cara de quem não tinha entendido nada. "Que bela maneira estúpida de começar uma conversa.", pensei.

-Esquece -falei esboçando um sorriso sem graça.

Virei as costas e fui saindo lentamente procurando um buraco para enfiar a cabeça.

-Acho que roubei seu celular, garota. -gritou ele.

Meu coração acelerou, mas não me virei. Coloquei a mão no bolso e senti o volume do meu celular na calça. Ouvi risos atrás de mim. Me virei lentamente e o maloqueiro* corinthiano estava gargalhando. Ele se aproximou com aquele sorriso no canto da boca.

-Eu entendi a piada, mas quis te deixar sem graça.

-Percebi. -mordi o lábio e fitei o chão.

-Deixa eu adivinhar... São Paulina? -ele falou e em seguida vez uma cara de nojo.

-Não. Bambi não é meu filme preferido. -gargalhei

Nota: Times tricolores tem fama de 'viados', assim, na lata mesmo, V-I-A-D-O. No mundo dos jargões esportivos "viado", "favelado", "ladrão" e etc não são vistos como preconceituosos porque todo mundo leva na brincadeira. Não preciso explicar qual animal é o bambi, né? Pois bem.

Ele riu também.

-Palmeirense? -chutou ele mais uma vez.

-O que você tem contra os times do Rio, garoto? -falei em tom de revolta e ao mesmo tempo de brincadeira.

-Hmmm. Soltando piadinhas, ar de superior... Flamenguista.

-Ar de superior? Sou superior.

-Se acha superior, não quer dizer que seja.

-Maloqueiro. -brinquei.

-Mulamba**. -ele retrucou.

Caímos na gargalhada. Fomos em direção à saída da livraria conversando animados, distraídos. De repente o alarme da livraria disparou e por instinto paramos. Olhei para as mãos do corinthiano e ele ainda estava segurando o livro que tinha caído no chão. Piada pronta.

-É corinthiano mesmo, hein. -gargalhei.

* Como são denominados torcedores do Corinthians.

** Como são denominados torcedores do Flamengo.

OK! Tenho que falar sobre o que aconteceu ontem. Flamengo, Maracanã, Nação, Jogo decisivo, antis enchendo o saco, favoritismo do lado do time adversário... Não restava dúvidas: era jogo pro Flamengo. Muitos aqui enalteciam o elenco do Cruzeiro, não vou dizer que o time dos caras é ruim, porque não é, mas os antis esqueceram de uma coisa: do outro lado não era um time qualquer, ERA O FLAMENGO. Sim, o Flamengo! O Flamengo do Zico, do Pet, do Adriano, do Bruno, do povo, da calçada ornamentada de diamantes, da estrada de barro que leva ao morro. O Flamengo do São Judas, o Flamengo que ganha jogos impossíveis, que não desiste, que briga, que é fibra, que é RAÇA, e que é, acima de tudo, o Flamengo da GENTE! Flamenguista não desacredita, flamenguista que é flamenguista sabia, a partir do momento que a emissora de TV deu o close na arquibancada que a Nação estava ali porque sabia, sem sombra de dúvidas: eu vou sair daqui sorrindo! E digo mais: a Copa do Brasil vai ser nossa. Sonhadora, eu? Não, meus queridos, FLAMENGUISTA! Porque, diferente de todos os outros times, o Flamengo respira, o Flamengo pulsa, o Flamengo VIVE. E com o Flamengo, meus amigos, NINGUÉM PODE.

SRN!

Dezembro! Mês preferido de muitas pessoas, também o meu.

Dezembro me lembra família, natal, ceia, festa, felicidade, presente, musiquinhas de natal, a figura do papai noel estampada por todas as lojas e casas. Uma delícia, não é mesmo? Natal é uma das épocas do ano que eu mais gosto (sempre fico em dúvida entre Natal e Páscoa, enfim). Desde pequena que espero ansiosamente por dezembro mas esse ano eu estou de parabéns! Dezembro, antes o mês de incrível espera pelo peru da minha avó, escondidinho de gambá da minha tia, primos reunidos, presentes e mais presentes... Hoje? Só se resume a você, a nós dois. Dezembro vai ser o mês de beijos, abraços, dormir junto, acordar junto, fazer cafuné, ver brotar sorrisos, conversar besteira, colar uma mão na outra, mimar, ser mimada, falar no ouvido, bagunçar cabelo, contar histórias, olho no olho. Esse ano só quero uma coisa do Natal... Você! E esse presente eu sei que já está encaminhado. Já é dezembro?

Talvez uma das coisas mais lindas do mundo seja alguém escolher a gente.

Nos escolher pra ser a outra parte inteira disposta a dividir, pra ser a parte que vai sonhar junto, que vai cuidar e receber carinho, que vai se importar e também receber atenção, que vai ligar de madrugada com voz de sono só pra falar que sonhou com você, uma casa, cinco filhos e dois cachorros e vai ouvir um suspiro acompanhado de um sorriso do outro lado da linha (sim, porque você sabe que a pessoa está sorrindo mesmo sem estar vendo) e uma voz de sono respondendo: "vai ser assim amor". Lindo é alguém nos escolher mesmo sabendo dos nossos defeitos, das nossas limitações, dos nossos medos, dos nossos dramas, dos nossos sonhos diferentes. Lindo é alguém querer passar a vida ao nosso lado mesmo sabendo que obstáculos estão por vir.  Lindo mesmo é alguém nos escolher apesar de tudo só porque lá no fundo sabe que não importa se o caminho vai ser longo, se vai ser dolorido, se vai ser difícil, no final o destino é o que importa, é o que faz valer cada lágrima, cada tombo, cada "eu não vou desistir". Lindo é alguém não precisar te ver, te sentir, olhar nos teus olhos, sentir o teu gosto e mesmo assim fazer planos antes de dormir e te incluir em todos eles. Lindo é saber que você é o primeiro e último pensamento do dia da pessoa e que ela sente sua falta quando você passa o dia inteiro sem dar notícias. Lindo é alguém poder escolher o toque, o beijo, o abraço, o cheiro de outras pessoas e mesmo assim ainda preferir você nem mesmo que só possa ouvir o som da tua respiração, o som da tua voz, preferir sentir a tua presença mesmo que você não esteja fisicamente perto. Sabe o que é mais lindo ainda? Quando a pessoa que escolheu a gente também é a nossa escolha.

"Lá vamos nós de novo" foi a primeira coisa que veio a minha cabeça quando percebi que estava me apaixonando por você. Eu não queria, nunca quis. Na verdade eu não queria me apaixonar por ninguém. Eu tentei, de verdade, não me apaixonar por você, todos os dias depois de todas as conversas eu pensava: "Não garota, de novo não, você não quer isso, você não precisa disso." Mas, uma vez, me disseram que o amor adora contrariar, que ele chega de onde menos se espera, que ele espera você se distrair e entra no seu coração de um jeito que você nem percebe e aí quando você se dá conta já não tem pra onde correr, você não quer correr pra lugar nenhum (e fica postando coisinhas de menina apaixonadinha no Facebook kkkkkkkkkkk) Descobri que podia blindar meu coração com as armaduras mais impenetráveis do mundo e por muito tempo o fiz, aí você chegou. No começo era só mais um amigo, sei lá, alguém pra conversar, pra rir, e aí quando eu percebi eu estava assim, você estava aqui. Sem perceber eu baixei a guarda, sem perceber eu me pegava pensando em você no meio da aula, no meio do jogo do Flamengo, no meio do banho, no meio do almoço, no meio das conversas na roda de amigos. Sempre que alguém falava seu nome eu me pegava com um sorriso no rosto, te procurando. Parei pra pensar em quais seriam as chances de isso dar certo, em quais seriam as chances de ter tocado seu coração como você tocou o meu, pensava em tanta coisa... Aí lembrei que a razão, a matemática, a lógica e todas as coisas óbvias do mundo não se aplicam quando você gosta de alguém. E eu me perguntava: "Meu Deus tanta gente aqui perto, tanta gente legal, tanta gente aqui, tanta gente... Por que não alguém daqui?" Daí escuto sua voz e percebo que ninguém se compara a você, ninguém faz com que eu me sinta tão bem. Ninguém, ninguém mesmo, faz eu me sentir tão no céu e com os pés no chão ao mesmo tempo, ninguém faz as letras das músicas fazerem sentido como você, ninguém faz eu me sentir tão boba escrevendo tudo isso (ainda estou pensando se vou te deixar ler isso kkkkk), ninguém entende meus medos como você. Só você me faz querer ter cinco filhos HAHAHAHAHAHA, me faz assistir filme de terror, me faz fechar ciclos que eu nunca pensei em fechar, só você me faz querer pensar em coisas que eu nunca pensei em querer, só você me faz assistir jogo de vôlei (mesmo sem entender nada além de que bola naquela área laranja é ponto) e fazer outras coisas que eu não faria com mais ninguém.  Gosto de tudo em você, gosto do seu jeito, da sua gargalhada, do jeito como se preocupa, do jeito como brinca comigo, gosto do som da sua voz (principalmente quando fala 'oimeuamor' HAHAHAHAHA), gosto de ouvir tua respiração enquanto dorme, gosto do jeito como você se empolga quando assiste filme, gosto de ver o amor que você tem com os seus cachorros (ah, e gosto dos seus cachorros também), gosto do jeito como cuida do Thiaguinho, gosto até do jeito que você fala "Para, amor" quando eu finjo que sinto ciúmes da Anitta (Anitta, a gostosa, a perfeita, a blá blá blá. RUM kkkkkkkk), gosto da maneira como as horas passam enquanto a gente conversa, poderia escrever um livro só dizendo tudo o que gosto em você. Tô aprendendo que gostar é isso, é compartilhar sem perder, é confiar sem temer, é se sentir segura só por ouvir a voz da outra pessoa mesmo que ela esteja lá em Brasília. Gostar é ter várias opções e querer somente uma porque essa uma consegue ser o que todas as outras juntas não seriam nem em mil anos. Pra finalizar, porque né, isso tá virando um livro, cheguei a conclusão de que sou a pessoa mais sortuda do mundo porque é a minha voz a última coisa que você escuta antes de dormir e é minha a primeira voz que você escuta quando acorda. Não importa se daqui pra dezembro isso tudo (não sei nem o que é isso tudo kkkk, mas ok) vai acabar ou, sei lá, não importa se você vai se encantar por alguma garota aí HAHAHA, não importa se as coisas vão ficar diferentes, o que importa é o agora, o que importa é que agora eu tô aqui pra cuidar de você, pra te fazer companhia, pra te ouvir, pra levar nem que seja um pouquinho de felicidade pro seu dia. E se, por algum acaso, tipo, por alguma sorte do destino, eu virar uma mulher/mãe flamenguista de dois cachorros e cinco pirralhos que vão brincar nus juntos antes de tomar banho eu serei  a pessoa mais feliz do mundo. Em minha vida só tem você agora e se eu puder escolher vou escolher só você todos os dias porque só você me basta, pra tudo.

- Fulaninho se matou.
- Assim? Do nada?
- Do nada não! Pediu socorro muitas vezes, mas ninguém ouviu.
- Ele pediu pra quem?
- Pra todo mundo que ele achou que se importava.
- O que ele dizia?
- Ele não dizia.
- Mas como queria que as pessoas adivinhassem?
- Ele achou que todo mundo era como ele.
- Louco?
- Não! Amigo.