18 agosto, 2012

E você vai vivendo, tentando atravessar os dias... Um dia por vez, é o que como costumo dizer. E foi assim que aconteceu comigo, fui vivendo e aproveitando cada segundo, cada momento e principalmente o que cada pessoa tinha a me oferecer. Foi ai que aconteceu. Estou feliz comigo mesma, com as minhas escolhas, com os meus amigos e com o mundo que me cerca. Acordo todos os dias com um sorriso no rosto e muita paz no coração. Você passa a viver melhor quando se desapega de pessoas que te atrasam e para de carregar pesos inúteis, é nesse momento que você começa a atrair as coisas. É essa a diferença entre viver na obrigação de ser feliz e ser feliz de fato, sem perceber. Quando você para de tentar ser feliz por obrigação, as coisas funcionam. O segredo é se desligar, deixar acontecer, porque quando você menos esperar vai acordar e passar a perceber os pequenos detalhes... O sol que te dá bom dia, a chuva que acalma seu dia, as pessoas que sorriem pra você na rua sem ao menos te conhecer, as flores que Deus coloca pra enfeitar o teu caminho... Você passa a viver feliz quando percebe que a felicidade só depende de você, da sua força e da sua vontade. Estar bem consigo mesmo é o primeiro passo para a felicidade, amar quem você é e até mesmo os seus defeitos, aceitar a sua vida, o que te foi dado e o que te foi tirado, agarrar as oportunidades e parar de lamentar o que passou, ou quem passou. A vida segue um fluxo invisível que nos permite mudar, criar, conhecer, lembrar e esquecer. Mude sempre que achar necessário, mudanças não são coisas ruins, ruim é continuar no mesmo caminho, sempre com o mesmo pensamento, com a mesma rotina. Mudar não significa abrir mão de ser quem você é, é simplesmente se aperfeiçoar, crescer como pessoa e como espírito. Crie uma nova rotina, uma nova vida pra você... E sempre que achar que está no caminho errado, volte, comece novamente. Não é vergonha se perder no caminho, vergonha é ter todas as ferramentas necessárias e ficar com medo de reinventar, de mudar a rota. Conhecer pessoas não significa abandonar as pessoas que você já conhece, cada pessoa tem algo de bom pra ensinar, basta enxergarmos isso. Deixa entrar, deixe que as almas se aproximem, se toquem, compartilhem... Tem tanta gente interessante por ai, tanta gente com o espírito brilhante. Lembre das coisas boas, somente delas. Boas lembranças são como pilhas, elas servem pra recarregar as nossas forças, a nossa coragem e nossa vontade de seguir em frente. Esqueça tudo o que te magoou, esqueça o que passou e as coisas inúteis. O caminho que você tem pela frente será sempre melhor do que o caminho que você deixou para trás. Se olhe no espelho e sinta-se bonita, sorria sem motivo ou por qualquer besteira, liberte-se, permita-se. Beije sempre que tiver vontade, chore sempre que tiver vontade, ame sempre que tiver vontade, ligue sempre que sentir saudades de alguém, visite alguém que há muito tempo não tem contato, regue suas plantas, seus amigos, sua família, lute pelo que acredita, ouça sua música preferida no último volume e dance como se fosse a última vez que seu corpo pudesse ser usado. Sinta o amor que está ao seu redor e deixe partir aquilo que não merece mais fazer parte da sua vida, que não merece nada do que você tem de melhor a oferecer. Cuide das pessoas que você ama, cuide de quem cuida de você, de quem se importa de verdade. Elimine pesos desnecessários. A felicidade é um estado de espírito, não um destino. Não vivemos para chegar até a felicidade como se ela fosse a linha de chegada em um jogo de corrida, ou o prêmio no fim do arco-íris. A felicidade está por ai todos os dias, olhando nos teus olhos, cruzando o teu caminho. Ao invés de desejar chegar ao prêmio no fim do 'jogo', aproveite os bônus que aparecem no caminho. E quando você menos esperar... "BUUUUM"! Vai acontecer pra você também.

04 agosto, 2012

Sobre alguém que eu conheço bem

Uma vez eu li em algum lugar que "sempre vai ter alguém que te encanta só de olhar". Esse alguém pra mim me acompanha desde sempre. Ela estava lá nas primeiras quedas, nos primeiros dramas, e quando eu aprendi as minhas primeiras palavras. Ela estava lá nos meus primeiros passos... Ela estava lá na primeira vez em que me apaixonei, e também na primeira vez em que descobri que um coração pode se partir em mil pedaços e mesmo assim continuar batendo no nosso peito. Desde que eu me recordo, ela estava lá. E são tantas lembranças que chega a fazer confusão na minha cabeça, nem sempre lembro das datas, ou dos momentos exatos. A maioria das lembranças são como pequenos retalhos, que não são costurados certinhos, mas no final formam uma obra perfeita. Jó, lembra quando a gente brincava de fazer bolinhos de terra? Dizíamos que íamos vender pra comprar picolé com o dinheiro. Lembra quando esperávamos vô Jaime levantar da cama só porque sabíamos que ele sempre deixava 'cair' moedas do bolso enquanto dormia? (mais tarde descobrimos que ele deixava de propósito). E quando íamos 'caçar' minhocas no jardim de vó? Isso quando não estávamos arrancando as flores pra fazer perfume, numa linda combinação de pote de shampoo vazio + água + pétalas de flores. Eu lembro também da primeira vez em que quase tive certeza de que tínhamos brigado para sempre. Era natal e tio Adailton chegou com uma caixa de presentes, ao abrir vi um ursinho, só que você também viu, e foi aquela briga. Eu, como sou teimosa e dramática, acabei ficando com o ursinho e você chorou de raiva. Eu só pensei na minha felicidade, e pela idade que tínhamos, dez anos, eu acho, não tinha como eu pensar com a cabeça que tenho agora. No outro dia, você não falou comigo e eu entrei em pânico. Lembro como se fosse hoje você dizendo que nunca mais falaria comigo e que era pra sempre. Eu chorei, achando que realmente era pra sempre. Como eu poderia ficar sem você? Você que desde sempre foi parte de mim? (a melhor parte, a parte mais bonita e mais incrível. Porque prima, se eu não fosse eu, eu queria ser como você. E eu espero, do fundo do meu coração, que sempre que você se olhar no espelho você se veja como eu te vejo.) Eu sei que é coisa de criança, ficar de mal, dizer que é pra sempre... Mas, como criança, a  gente acha que tudo é pra sempre mesmo. Eu engoli meu orgulho e te pedi desculpas, você pegou na minha mão e foi brincar comigo. Pronto, a felicidade estava ali. Sempre foi assim. Minha felicidade era estar com você e a sua sempre foi estar comigo. Não era preciso mais nada. Eu sinto falta disso, sabia? Da minha felicidade vim tão fácil só pelo fato de  você segurar a minha mão. E ai você foi embora, e pra mim foi o fim do mundo. Não tinha ninguém pra brincar comigo, pra conversar... Não tinha ninguém com quem aprender. Porque contigo eu aprendi tanta coisa, acho que nunca te falei o quanto foi importante ter você ao meu lado enquanto eu formava quem eu sou hoje. Lembro ainda do nosso 'esconderijo' de recadinhos... No quarto de vó Deocina, embaixo de um azulejo que era solto. Lembro também do dia em que minha mãe me acordou chorando falando que o carro em que você, Jac, Tio e Tia estavam tinha sofrido um acidente. Que medo, hein... Quase te perdi outra vez. Tive muito medo, por instantes imaginei minha vida sem você, sem a sua mão amiga, sem seu sorriso e sem seus cabelos cacheados. Mas, Ele é tão bom que te deixou ficar comigo e desde esse dia, todos os dias eu agradeço a Ele por ter você na minha vida. E apesar da distância que nos separa enquanto eu escrevo e você lê isso, você sabe que meu coração, meus pensamentos e minha mão estarão sempre ao seu alcance. Pode segurar irmã, pode segurar sem medo porque eu nunca vou te soltar. Eu e você... Aqui, aí ou no paraíso. Porque eu sempre vou ser um pedaço de você e você sempre vai ser uma parte importante de mim.

28 julho, 2012

Dizem que a gente aprende depois que quebra a cara, mas ultimamente eu tenho motivos para acreditar que quanto mais a gente quebra a cara, mais burro a gente fica. Eu cometo o mesmo erro tantas vezes que chego a pensar que eu gosto é da dor. Será que eu sou tão burra ao ponto de ficar dando murro em ponta de faca achando que uma hora a faca cansa? A sensação que eu tenho é que eu sou uma minhoca que não sabe ao certo em qual ponta fica a cabeça. Eu me sinto totalmente perdida dentro de mim. Acho que em algum momento, não sei se foi no momento exato em que errei, ou no instante em que não aprendi com o meu erro, ou entre um desses momentos, eu me perdi. Eu sempre ouvi conselhos que se resumiam em uma palavra: SORRIA! O problema em sorrir quando se quer chorar é: as pessoas acham que você está bem, que você é forte e que você é capaz de aguentar toda a merda que elas fazem com você. Eu me senti segura pra ser eu mesma, com todos os meus defeitos, mimos, dramas, charminho e bobagens, uma vez na vida. Só uma vez na vida eu senti que eu tive um porto seguro. Era como estar aprendendo a andar... Uma pessoa pra segurar a minha mão, pra falar no meu ouvido: "Pode ir, porque se não der certo eu tô aqui pra te segurar. Não se preocupe!" e você vai porque confia. Você está indo bem, tá conseguindo... Um passo de cada vez, ai você procura aquele rosto, aquela voz, aquele sorriso e... Não acha. Você sabe que tá indo bem, mas mesmo assim bate aquele pânico. Cadê, cadê? É pra isso que servem os portos seguros? Pra te dar coragem e ir embora quando ele acha que você está preparada? Eu achei que eles ficavam. Eu, pela primeira vez na vida, quis que ele ficasse. Todos os portos pareciam iguais, até eu encontrar esse. Parecia tão certo, tão perfeito, tão meu. Acho que no fim das contas, são os meus passos que são errados, mas... Eu não sei o que fazer para andar em linha reta. Eu nasci pra andar em linha reta? Eu sei o que é uma linha reta? Eu só achei que eu ia encontrar um porto que aceitasse os meus passos errados, minhas linhas tortas e minha maneira de confundir coisas simples. Eu sempre acreditei que um dia eu encontraria alguém que me dissesse: 'Você não precisa mudar NADINHA, e pra mim não há ninguém que me agrade mais do que você'. Esse é o problema de crescer assistindo romances de Hollywood... Você acha que tudo vai dar certo e que ele vai sentir a sua falta do mesmo jeito que você sente a dele, mas diferente dos filmes, a gente não tem com saber o que se passa na cabeça das pessoas. E o que a gente faz? Continua dando murro em ponta de faca, esperando que um dia alguém apareça pra ficar, não por sentir que deve, mas sim por não querer estar em nenhum outro lugar, com nenhum outro alguém.

04 junho, 2012


E tudo estaciona sempre no mesmo lugar, na mesma dúvida, no mesmo buraco negro que insiste em me engolir. É muito sentimento confuso para pouca pessoa decidida. Pessoa ou pessoas? Quem o buraco negro quer levar? Eu? Quem eu era? Quem eu quero ser? O que foi que nós fizemos a você, buraco negro? Para que tu queira levar uma de nós? Ou todas nós... Como vai saber qual é a certa para levar, se nem eu, que pertenço a todas elas, sei qual delas certa é? Só sei que tenho um pouco de cada: da Inocente, da Assustada e da Madura. E é quase que insuportável aguentar a bagunça que fica dentro de mim quando elas resolvem debater entre si. Por que eu tenho que arrumar a bagunça? Nossa bagunça, talvez? A Inocente sempre acredita em tudo o que escuta, a Assustada sempre corre de tudo o que escuta e a Madura analisa cada palavra do que escuta. A Inocente fica feliz quando sente alguma coisa. Sentir é bom, afinal. A assustada... Sentir? Cadê a Assustada? Correu pra não ter que sentir nada. A Madura sabe lidar com o que sente, mas não tem tempo porque fica correndo de mãos dadas com a Inocente sempre atrás da Assustada. E quando todas resolvem acreditar, ouvir, falar, correr, buscar e sentir ao mesmo tempo... Eu travo. Não sei qual ouvir, não sei qual aceitar. As três sempre tem razão. É cansativo ser três ao invés de uma. Eu até gosto da Inocente. Gosto da maneira como seus olhos brilham ao mínimo sinal de carinho. Sua boca move-se tão rápido quando ela fala que é difícil, até pra mim, conseguir acompanhá-la. Ela se joga, se entrega, acredita e vive. E como vive. Ela gosta de todo mundo, até mesmo das pessoas que já lhe machucaram. Guardar rancor pra que? A Assustada é legal, às vezes. Não sentir significa não se machucar, mas também significa não viver. Viver é legal, né? Assustada? Cadê você, menina? Já correu, coitada. Nunca vai ser feliz assim, mas também não vai sofrer. Ou vai? A Madura sabe se posicionar, aceitar, dizer não, pensar, pesar, escolher, decidir... Mas passa tanto tempo concentrada em ser madura que quase não aparece por aqui. Infelizmente, as três andam de mãos dadas o tempo inteiro. E se eu tivesse que escolher? Se eu sou acostumada com as três, com o barulho de seus pensamentos, com a bagunça... Será que o silêncio me cairia bem ou eu acabaria por cair com ele? Alguém pode segurar a minha mão? Ninguém? OK, tudo bem.